A medida da água
São as flores mortas da suculenta.
Eu, mais uma vez, aprendi com as plantas. A moça da floricultura falou: sol da manhã e pouca água, não tem erro. Ignoramos, eu e ela, que pouco não é medida exata. Pra mim, um copo é pouco. Para a planta, foi muito.
Coloquei o vaso na janela na tentativa de salvar uns raminhos. Mexer com planta é meditação e na minha tarefa de jardinagem lembrei: nada é muito simples. Tudo depende, como disse Gil, de determinação.
E dedicação.
Planta, bicho, gente. Ontem, falava sobre amor com um amigo, o @gabriel.guarino, porque eu, como ele, passei anos desejando um romance de comercial de margarina.
Quando entendi outras possibilidade e permiti o amor do meus amigos tomar, na minha vida, o espaço antes destinado ao amor-de-casal-com-dois-filhos-férias-uma-casa-um-cachorro, parei de tentar me moldar para caber nesse único vislumbre possível de vida adulta.
Abandonar a regra é autoconhecimento. E autoconhecimento atrai amor de verdade. Amor pode ser amores.
Amor, para mim, é sentir-se à vontade. A sociedade do consumo tenta nos fazer acreditar que liberdade precisa de instrumentos: um carro, uma viagem, uma roupa, uma vida parecida com a daquela pessoa tão distante.
No entanto, ando cada vez mais certa de que liberdade é poder ser quem a gente é. E isso a gente consegue junto dos verdadeiros amores.
Mas, se a água é muita ou pouca, só a gente sabe.
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