Noções de arquitetura para salvar um beija-flor
Altura das portas, tamanho das janelas e vazões nas paredes são importantes se você pretende ter uma casa no campo. Porque, se você quer ter uma casa no campo, precisa saber que, eventualmente, pode entrar nela um beija-flor. Além de graciosos e muito pequenos (alguns pesam só duas gramas), são animais bastante ágeis. Podem voar numa velocidade de até 60 km por hora. São os únicos pássaros capazes de parar no ar — ficam no mesmo exato lugar em pleno voo; voam para trás e dão cambalhota. No entanto, têm dificuldade para sair de lugares fechados.
Quando um beija-flor entra em casa, fica voando no alto, perto do teto, procurando pela saída. Você pode abrir a porta, mas, se ela for muito baixa ou estreita, ele não vai perceber. Por isso, é importante também que as janelas sejam grandes ou que haja buracos nas paredes, se isso for possível. Existe a opção de tijolos vazados, que funcionam bem em alguns ambientes. O nome técnico é cobogó.
Um beija-flor vive em média cinco anos. Com um coração que bate até 2 mil vezes por minuto, ele gasta muita energia e se cansa com facilidade. Dentro de uma casa, pode passar toda a tarde procurando pela saída e cansar-se além da conta. Uma tarde perdida é muito tempo na vida de um beija-flor. Para um animal que se alimenta de quatro em quatro horas, uma tarde de incessante bater de asas pode ser fatal.
Os engenheiros e arquitetos vão te ajudar com a disposição dos cômodos, materiais, alicerce e outras coisas de igual importância. A mim, que gosto de observar a vida, cabe deixar o conselho: considere a hipótese de ter dentro de casa um beija-flor aprisionado. E faça o possível para facilitar a saída. Você não vai querer um beija-flor trancado dentro de casa voando em desespero. É uma coisa muito, muito triste.