O puerpério é uma festa estranha
Sinto a transição da gestação para o puerpério como quem sai de uma festa. Estou no salão, às cinco da manhã, sandálias na mão, suada e descabelada. Eu, convidada especial, dancei, bebi, abracei amigos e cantamos juntos.
O desejo é chegar em casa, tomar um banho demorado, dormir umas boas horas. Depois, tomar café da manhã sem pressa e mais tarde mandar mensagem para alguém: que noite foi aquela?
Mas tem outra festa começando. Dá tempo de, no máximo, tomar uma ducha e fazer um lanchinho, qualquer coisa, o que tiver. Minha presença é imprescindível. Sou a anfitriã — meio atrapalhada, ainda de ressaca.
Desta vez, celebramos à luz do dia, com músicas suaves, chazinhos, poucas pessoas. Preciso, o tempo todo, acompanhar a convidada de honra e nós não falamos a mesma língua.
A parte mais bonita é que ela tem um entusiasmo imenso para me ensinar e confia muito no meu interesse em aprender.
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Eu escrevo contos e crônicas. E, agora, compartilho aqui algumas impressões e sensações sobre a maternidade. Para conhecer um pouco mais sobre meu trabalho, clique aqui.